Leonor Pinhão abordou a situação atual do Sporting. Em mais uma crónica de opinião no jornal Record, a jornalista e tradutora portuguesa recorda o carinho dado pelos adeptos a Ruben Amorim, garantindo que João Pereira é uma “vítima” do momento.
“Três semanas contadas depois do episódio flagrante do mais desbocado e autoconvencido ‘viscondismo’ que assolou o presidente do Sporting constata-se que os resultados práticos dessa honra suprema, desse marco distintivo que constituiu, para Frederico Varandas, a deserção do treinador – “não há memória na história do futebol deste país de dois colossos europeus virem contratar o nosso treinador e o nosso diretor desportivo” – resumem-se a um deteriorar público da reputação do presidente do clube”, começou por dizer.
“Idolatrado na figura de benfiquista convertido que distribuiu sonhos e títulos aos adeptos do Sporting, a conclusão da História de Ruben Amorim, tal como será registada nos anais vindouros do sportinguismo, poderá ser muito diferente daquilo foi projetado nos derradeiros jogos em que o treinador comandou a equipa. Amorim (…) foi passeado ao colo pelos jogadores e recebeu das bancadas as maiores demonstrações de amor incondicional. Insensatez, claro está, porque no futebol não há nada que seja ‘incondicional’”, atirou.
“E, assim, a cada dia que passa, a cada derrota atribuível a João Pereira, ou de cada vez que Ruben Amorim aparecer rindo equipado com as cores do United (…) veremos o amor que lhe votaram os sportinguistas metamorfosear-se em poderoso desamor. O seu salto para Manchester será, então, entendido como um absurdo e uma desconsideração e deixará de ser um orgulho para o Sporting, como Varandas, todo contente, definiu o caso, para passar a ser um golpe de lampião”, prosseguiu
“Nada está perdido nem nada está ganho no topo da tabela do campeonato. Mas está visto que com a saída de Amorim o Sporting perdeu não só o treinador, mas também o diretor de comunicação. João Pereira é só o nome da vítima da petulância alheia”, rematou Leonor Pinhão.