André Villas-Boas, presidente do FC Porto, considerou em entrevista ao jornal francês “L’Équipe” que o clube “teria sido vendido a um fundo americano dentro de um ou dois anos”, caso a sua lista não tivesse sido eleita nas eleições de abril.
“Contactámos instituições internacionais para refinanciar a dívida do clube. Conseguimos angariar 115 milhões de euros a 5,62 por cento, quando a dívida do FC Porto era até então indexada a taxas entre 8 e 13 por cento ao ano. Precisávamos de gerar 15 milhões imediatamente para pagar os salários dos funcionários e dos jogadores. A situação era realmente limite. Se não tivéssemos sido eleitos, penso que o clube teria sido vendido a um fundo americano dentro de um ou dois anos, no máximo. Havia oito mil euros na conta à ordem”, afirmou o líder máximo dos dragões, abordando a situação financeira em que encontrou o emblema azul e branco.
“Quando tens, por exemplo, de deixar à espera pessoas que ganham mil euros por mês para o clube recuperar e poder fazer o pagamento, é doloroso. Muitos jogadores ficaram livres, houve muito dinheiro pago a intermediários. Enquanto que no Benfica e no Sporting 40 por cento do valor das vendas entra nos cofres, no FC Porto eram apenas 10 por cento, devido a diversos acordos”, continuou, garantindo por fim já estarem a verificar-se mudanças:
“Já estamos numa progressão de 30 para 40 por cento da nossa receita comercial. Sobre as transferências, a taxa média de comissões paga pelo FC Porto a intermédiários foi de 13%. Nós reduzimos isso em 3 por cento. Mudámos o diretor desportivo, de formação, de desempenho, do futebol feminino e do scouting.”