André Villas-Boas comentou, esta sexta-feira, a decisão da juíza em levar a julgamento Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, bem como 11 outros arguidos. À margem de uma visita à casa do FC Porto de Fiães, o presidente portista disse estar a aguardar pela decisão do tribunal, mas não deixou de afirmar que o clube se sente “lesado” pelos acontecimentos.
“Eu não tenho de comentar. O FC Porto é assistente no processo e segue-se o julgamento dos arguidos e agora cabe às instâncias decidirem o que vier a ser provado em julgamento”, começou por dizer André Villas-Boas aos jornalistas, prosseguindo.
“Os arguidos serem declarados culpados ou inocentes é da competência de quem dirige os órgãos da justiça. Portanto o FC Porto está assistente no processo, sente-se lesado pelos acontecimentos e veremos o que diz a justiça”, rematou o líder máximo do FC Porto.
Recorde-se que o caso foi desencadeado em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas, entre as quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira. O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’ constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano.
A acusação do Ministério Público denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões “criarem um clima de intimidação e medo” nessa mesma Assembleia-Geral, para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderada por Pinto da Costa.
Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, igualmente com ligações à claque.
Em causa, estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.
Hugo Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.