Hélder Malheiro, árbitro da AF Lisboa, viajou até à cidade do Porto para dirigir o FC Porto-Casa Pia AC, que se jogou no Estádio do Dragão. Na Cidade do Futebol em Oeiras esteve o setubalense André Narciso, que desempenhou a função de vídeo árbitro. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
3′ Entrada dura de Nehuén Pérez sobre Nuno Moreira. Talvez por ser a primeira infração mais visível no jogo, o árbitro optou por não exibir o amarelo. Aceita-se a análise.
27′ Galeno tentou remate à baliza de Patrick Sequeira perante a oposição de Tchamba, acabando por o pontapear de forma imprudente e sem malícia. A falta de cuidado/atenção do avançado foi bem punida tecnicamente.
31′ Entrada dura, por trás, de Telasco sobre Nico González (pisão na perna e, na passada, no pé do espanhol). Hélder Malheiro manteve uniformidade no critério disciplinar, ao não sancionar a infração com advertência. A coerência é de elogiar, mas pareceu-nos que médio venezuelano arriscou demasiado.
35′ Fora de jogo bem assinalado a Francisco Moura, à esquerda do seu ataque. Decisão acertada do árbitro assistente.
44′ Pequena desatenção da equipa de arbitragem: seria pontapé de baliza para o FC Porto e não pontapé de canto para o Casa Pia. Este tipo de lances aparece menores devem merecer atenção máxima dos árbitros assistentes, porque podem resultar indiretamente em golos ou no assinalar de pontapés de penálti.
45+1 Cruzamento da esquerda de Galeno levou a bola a bater no peito e de seguida a ficar prensada entre a coxa e o braço direito de Livolant. O avançado francês estava encolhido, fruto da tentativa em proteger-se do impacto. Livolant nunca tirou os braços da zona de enquadramento do corpo nem efetuou gesto irregular. Esteve bem a equipa de arbitragem ao não assinalar pontapé de penálti, em lance na área do Casa Pia.
51′ Golo inaugural no Dragão para o FC Porto marcado por Fábio Vieira, após assistência de Samu. O avançado espanhol estava em posição legal. Esteve bem o árbitro assistente na validação do lance.
55′ Segundo golo da equipa da casa (também) sem fora de jogo de Samu, em posição regular quando Pepê lhe passou a bola. Nota importante: no início da fase de ataque que culminou no remate vitorioso do espanhol, a bola ressaltou inesperadamente na mão direita de Nico González, quando este estava ainda dentro da sua área. Não houve infração aí.
88′ Gonçalo Borges, suplente em vias de substituir Galeno, entrou no terreno de jogo bem antes do colega abandonar as quatro linhas. A pressa irrefletida do jogador não anula a necessidade da gestão de substituições ser bem assegurada pelo 4.º árbitro, responsável máximo por esse procedimento. O cartão amarelo, perante circunstância tão clara, tornou-se inevitável.
88′ Miguel Sousa cometeu falta sobre Vasco Sousa e ao cair desequilibrado, acabou por lesioná-lo inadvertidamente no rosto. Não houve malícia nessa ação. 90+2′ Samu, em zona muito prometedora, foi apanhado em situação irregular, na sequência de passe de Vasco Sousa. A frustração momentânea do avançado (consigo mesmo) levou-o a tapar a camisola com o rosto, rasgando-a ligeiramente de seguida. O primeiro gesto não aconteceu na celebração de um golo e o segundo não teve como objetivo protestar ou incorrer em conduta antidesportiva. Fez bem Hélder Malheiro ao desvalorizar os dois momentos.
90+6′ Vasco Sousa encostou nas costas do Svensson de forma a fazê-lo cair. A infração foi bem assinalada. Por ser em zona prometedora, o árbitro sancionou o infrator com amarelo. Certo.90+8′ Cartão amarelo bem mostrado a Otávio. O central do FC Porto não devia ter empurrado jogadores adversários quando a gestão da barreira ainda estava em curso.